Tendências de Gestão de Talentos para 2018
Especialistas apontam os possíveis rumos da área de Recursos Humanos e as Tendências de Gestão de Talentos para 2018
Com o início de um novo ano e de um novo ciclo de trabalho, ressurgem as discussões sobre o futuro do setor de Recursos Humanos. Embasados em conversas com especialistas brasileiros e opiniões divulgadas pela imprensa internacional, selecionamos quatro tendências que devem ditar os rumos da área em 2018. Confira a seguir.
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Inteligência emocional
Para Maurício Lombardi, diretor comercial da regional oeste da ABRH-SP, uma das grandes tendências para a Gestão de Talentos em 2018 é a busca e/ou o desenvolvimento da inteligência emocional de gestores e outras lideranças. O conceito não é novo. Em 1995, o psicólogo Daniel Goleman lançou o best-seller Inteligência Emocional, introduzindo o assunto a muitas pessoas. A questão é que essa habilidade tem sido cada vez mais cultivada no ambiente de trabalho.
Inteligência emocional tem a ver com a capacidade de identificar seus próprios sentimentos e os dos outros, de se motivar e de gerir bem as emoções dentro de si e em seus relacionamentos. Lombardi afirma que será tarefa do setor de RH ajudar gestores a desenvolverem seu lado emocional. “É uma missão difícil. Seria bom se você pudesse abrir a cabeça das pessoas e trocar o chip, mas, infelizmente, você não consegue. É preciso fazer um trabalho de formiguinha”, explica. “O gestor passa de oito a dez horas por dia com os funcionários. Ele precisa aprender a lidar com eles e também com seus sentimentos. É a partir desta sensibilidade que ele consegue a confiança da equipe.”
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Corrida para digitalizar o RH
Em artigo publicado no site da revista Forbes, Chee Tung Leong, CEO da startup asiática de tecnologia de RH EngageRocket, aposta que uma das principais tendências do ano que vem será a digitalização do setor de Recursos Humanos, ou seja a transformação digital de estruturas antigas para um novo modelo. Para ele, é hora de as empresas adotarem ferramentas disruptivas, como Inteligência Artificial e machine learning, para revolucionar e baratear processos cotidianos, como recrutamento e seleção.
Para fortalecer seu ponto, ele cita Josh Bersin, fundador e diretor da companhia especializada em RH Bersin by Deloitte: “Assim como muitos serviços digitais derrubaram negócios na área de viagens, vendas e outras indústrias, nós precisamos derrubar nosso pensamento de RH com a adoção de soluções digitais. As companhias de RH agora precisam aprender a ser digitais, não apenas a comprar produtos digitais”.
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Gamification
O Conselho de Recursos Humanos da revista Forbes também publicou recentemente um artigo que destacava 5 tendências para o setor em 2018. Uma delas é a chamada gamification (ou Ludificção), que prevê o uso de mecânicas e dinâmicas de jogos para engajar pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado.
Segundo o texto, a técnica tem sido adotada por diferentes tipos de indústrias e tem tudo para ser uma ótima aliada para o setor de RH, do processo de seleção de candidatos ao treinamento de colaboradores. No primeiro caso, a gamification pode, por exemplo, ser utilizada para realizar testes de habilidades com concorrentes a uma vaga. “Os candidatos têm motivos para aumentar sua pontuação e se destacar diante dos empregadores, enquanto os gerentes de contratação podem trabalhar com uma ampla oferta de dados que podem ajudá-los a prever pontos fortes e fracos dos profissionais”, explica o texto.
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Redução de níveis hierárquicos
O consultor de RH e Desenvolvimento da DuPont Sustainable Solutions Luciano Maffia aposta na redução de níveis hierárquicos nas empresas. A seu ver, em vez de acumular inúmeras variações de cargos, as companhias deverão simplificar o máximo possível. “Enquanto hoje temos empresas com várias camadas, vamos começar a ver cada vez mais um achatamento desses níveis hierárquicos. Então, uma empresa teria, por exemplo, apenas três níveis: analista, gerente e diretor. Pronto, acabou”, explica.
Indo mais longe, Maffia também afirma que algumas empresas nem mesmo se darão ao trabalho de dar nomes aos cargos, já que passarão a priorizar o trabalho colaborativo, onde cada integrante faz um pouco de tudo. “As pessoas não terão mais chefes, mas pares, com quem trabalharão em busca de resultados”, afirma. “Essas são tendências que vêm cada vez mais fortes para os próximos anos.”